Descubra se você é um pai tóxico: ausente ou com comportamentos inadequados

Quando se trata da relação entre pais e filhos, é comum encontrar estudos e informações sobre o papel e a importância da mãe no processo de criação. No entanto, pouco é discutido sobre o impacto da figura paterna nesse contexto.

Dentro do universo das relações maternas e paternas, a toxicidade tem despertado um interesse especial, devido aos impactos negativos que certos comportamentos podem causar nas crianças, desde a infância até a adolescência.

O que muitas pessoas talvez desconheçam é que sinais de toxicidade por parte do pai podem começar a influenciar os filhos até mesmo durante a gestação, como explicado pela psicanalista Ligia Mattos, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).

Segundo Ligia, as crianças podem reagir negativamente a questões emocionais do ambiente externo ainda no útero da mãe, o que é observável por meio de registros de imagem realizados durante a gestação. Comportamentos autoritários, agressivos e violentos por parte do pai podem definir a dinâmica do casal e refletir nas emoções da mãe, deixando marcas psíquicas no bebê em desenvolvimento.

A psicanalista ressalta que diversos distúrbios psiquiátricos podem surgir nas crianças ainda no útero, devido a comportamentos prejudiciais dos pais, resultando em ansiedade, agressividade, hiperatividade, falta de atenção, entre outras manifestações ao longo do tempo.

Cobranças, decepções e ausências

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Após o nascimento, outros fatores passam a afetar as crianças, e a toxicidade paterna pode ser evidenciada através de cobranças excessivas, decepções e ausências. Pais que não aceitam as falhas dos filhos e os criticam de maneira cruel podem minar a autoconfiança da criança e do adolescente.

Algumas figuras paternas reproduzem padrões de comportamento tóxicos devido à falta de compreensão e continência emocional na infância e adolescência. A ausência paterna também pode ser prejudicial, gerando mágoa e ressentimento na mãe, que podem ser transmitidos aos filhos.

Divórcios e separações também podem ser momentos delicados, com a ausência paterna e a relação belicosa com a mãe decepcionando e causando dor nas crianças e adolescentes. É considerado tóxico o pai que não atende às necessidades emocionais dos filhos.

Como lidar com um pai tóxico?

Embora não haja uma solução única, a detecção do problema e o trabalho emocional com a família e o pai são essenciais. É importante abordar as marcas de sofrimento e suas influências nas relações, possibilitando uma reflexão e transformação emocional para lidar com a toxicidade paterna.